Retratos De Resistência - Flipbook - Page 11
I N TRO DU ÇÃO
Em 2015 eu li um livro chamado “As
Montanhas de Buda” de Javier Moro, o
livro conta a história do Tibete, a qual
até então eu conhecia muito pouco. Quanto mais eu avançava no livro,
mais incrédula eu ficava com esse país,
me lembro de pensar o tempo inteiro:
“Como eu nunca havia ouvido sobre
tudo isso até agora?”.
Realmente, a história do Tibete é
muito pouco conhecida mundialmente, talvez o fato do país estar rodeado
das maiores montanhas do mundo
fez com que sua trajetória chegasse
ao ouvido de poucas pessoas, o que é
uma tristeza enorme, pois nós temos
muito o que aprender com eles; e sua
história merece a atenção e a incredulidade de genocídios como, por exemplo, o Holocausto.
O Tibete foi um país independente
por mais de dois mil anos, tinha seu
próprio governo, religião, idioma, constituição, moeda e exército. Ele está situado no coração da Ásia e é conhecido
como “teto do mundo”, por abrigar as
maiores montanhas do Himalaia. Sua
capital é a cidade de Lhasa e sua religião oficial é o budismo, o que desempenha um grande papel em sua identidade. O país sempre esteve afastado
do resto do mundo, sempre foi subdesenvolvido, com grande parte de seus
habitantes sendo fazendeiros nômades. Porém os tibetanos nunca pareceram se importar muito com isso; sendo
um país budista, sua filosofia de vida
nunca foi voltada ao desenvolvimento
material ou à busca do poder, algo que
o mundo ocidental busca ferozmente.
O budismo sempre esteve impregnado
no dia-a-dia dos tibetanos e, para eles,
isso era suficiente.
Mas tudo começou a mudar na vida
dos tibetanos em 1949, quando o exército chinês de Mao Tse Tung invadiu o
país e instaurou ali uma ditadura que os
aterroriza até os dias de hoje.
Atualmente, existem mais chineses
do que tibetanos no Tibete, o que coloca em risco sua cultura e seus costumes
tradicionais. Chineses são incentivados
a se mudarem para lá, 70% dos negócios
em Lhasa são conduzidos por chineses,