Retratos De Resistência - Flipbook - Page 12
nas escolas as aulas são dadas em chinês e chineses ganham salários maiores por cargos iguais aos dos tibetanos.
Desde a ocupação, um dos principais
objetivos da China tem sido destruir
sistematicamente a identidade tibetana, proibindo-os de praticar livremente
sua religião e seus costumes, obrigando-os a hastear a bandeira chinesa em
suas janelas e fazendo-os participar de
sessões de re-educação, onde eles têm
aulas sobre o partido comunista e prometem lealdade à ele.
A China controla tudo o que está ao
seu alcance na vida dos tibetanos: jornalistas estrangeiros, organizações de
direitos humanos e diplomatas raramente podem entrar no país e ligações
e conversas por redes sociais são monitoradas o tempo todo.
Desde a invasão, mais de um milhão
de tibetanos já morreram nas mãos
do exército, vítimas de torturas, execuções, fome e campos de trabalho.
Pessoas são presas e torturadas por
simples atitudes como carregar uma
foto do dalai-lama consigo ou hastear
a bandeira tibetana. Os chineses fecharam 99% dos monastérios do país,
sendo muitos deles arruinados. Florestas inteiras foram derrubadas, seus
recursos naturais estão sendo usados
para abastecer a economia chinesa e
a poluição no país aumentou drasticamente. Escrituras religiosas antigas
foram roubadas, queimadas e destruídas e hoje o Tibete é um dos dez países
mais reprimidos do mundo.
Infelizmente, o resto do mundo reconhece o Tibete como sendo parte
da China, mesmo que o país tenha um
idioma e uma cultura próprios, que estão desaparecendo sem que seu povo
possa fazer nada.
É de fato difícil de acreditar que em
pleno século XXI uma colonização como
essa aconteça tão descaradamente, e
que nenhum outro país esteja fazendo
algo para reverter a situação. No entanto, a China hoje representa uma das economias mais fortes do mundo, além de
ser um dos países de maior poder nas
Nações Unidas, esclarecendo assim o
porque de não haver interferências internacionais em seu regime. Esse fato
gera uma grande desilusão em relação
ao futuro do Tibete.
Para fugir das mãos dos chineses,
muitos tibetanos buscam asilo político
em outros países; a maioria deles está
concentrada na Índia, Nepal e Butão,
mas comunidades menores também
podem ser encontradas nos Estados
Unidos, Suíça, Canadá, Austrália, entre
outros países. A cidade de Dharamsala,
situada no extremo norte da Índia, se
tornou o governo oficial do exílio tibetano quando, em 1959, o 14o dalai-lama
fugiu para lá. Até hoje milhares de refugiados se instalam nessa cidade.